A publicidade que amamos em 2017

No finalzinho de 2017, você pode acompanhar a veiculação de campanhas publicitárias que levaram para dentro de casa aquele algo a mais que muitas vezes apenas a arte é capaz de fazer: a reflexão sobre assuntos que precisam ser debatidos na sociedade.

Repense o futuro

Uma das campanhas que fez sucesso foi a da operadora Vivo, um verdadeiro chute no traseiro de diversas formas de preconceito. A campanha #Repense2018 simula uma ferramenta de busca na internet que sugere a troca de termos considerados ofensivos por expressões adequadas, livres de estigmas. Obviamente, a mensagem é um convite para que o próprio expectador repense valores ultrapassados.

Ainda não viu? Assista ao vídeo da Vivo, que até agora foi visto por quase 20 milhões de pessoas no Youtube.

História de Natal

Com 33 milhões de visualizações no Youtube, a campanha História de Natal, da Sadia, é mais do que uma peça publicitária. Da mesma forma que marcas como a Redbull e a Volvo já se acostumaram a fazer e por isso são referência em Marketing de Conteúdo internacionalmente,  a Sadia apostou em uma produção cinematográfica com um roteiro emocionante para falar sobre inclusão, igualdade, amor ao próximo e a esperança no ser humano.

Veja (ou reveja) este vídeo emocionante:

Eu sou o futuro

“Amem agora. Respeite quem é diferente de vocês agora. Porque só assim a paz pode existir no futuro”. Com esta frase, a inigualável Fernanda Montenegro resume muito bem a intenção da campanha “Eu sou o Futuro”, do Itaú. Outra produção cinematográfica com uma fotografia e imagens que não devem em qualidade às melhores séries que você se acostumou a assistir.

Seja por falar da inclusão de pessoas com deficiência ou por colocar em pauta a discussão sobre a necessidade de mudarmos valores que não cabem mais no atual momento da humanidade, tais campanhas motivaram as pessoas a saírem da frente da TV para interagir com as empresas em seus canais online.

“Fiz questão de vir aqui e deixar um like, é aquele tipo de propaganda que vc não pula”, diz um visitante nos comentários do vídeo no canal do Youtube, seguido de vários outros elogios.

like campanha publicitaria

Cada vez mais, campanhas com conteúdo de qualidade ocupam um espaço que a cultura pop por muitas vezes tem deixado de lado, o de fomentar debates necessários na sociedade.

Quem não se lembra do alvoroço causado neste ano pela Omo, com seu “Comunicado urgente para pais e mães”, em que convida pais e mães para fazer um recall de brincadeiras que reforçam clichês sobre gêneros? Estes são debates necessários sobre os quais ninguém falava e que agora foram postos à mesa.

Claro que houve marcas que também escorregaram, como a Dove que, intencionalmente ou não, flertou com o racismo. A peça veiculada na Europa apresentava uma modelo negra que, ao colocar uma camiseta branca, era substituída por uma modelo branca. E foi muito criticada por isso, apesar de pedidos de desculpas e comunicado dizendo se tratar de um mal entendido. Mas, com a população cada vez mais atenta e antenada nas redes sociais, é provável que este tipo de erro diminua, já que os profissionais envolvidos tendem a ficar mais atentos no desenvolvimento de seus planos.

dove racismo campanha publicitaria

Também não há como negar que ainda hoje há muitas (muitas mesmo!) organizações que recorrem ao Marketing focado em produtos e consumidores para posicionarem suas marcas, como a Trivago (Hotel?).

trivago campanha publicitaria

Apesar de muitas marcas ainda apostarem em campanhas com técnicas de propaganda do passado, acreditamos que o que está por vir, no mundo da Comunicação e do Marketing Estratégicos, está muito mais alinhado com o que Philip Kotler transmite em suas duas últimas obras: um novo Marketing centrado não em produtos ou consumidores, mas no ser humano e em seus valores.

Que assim seja! Que em 2018 possamos ter mais marcas antenadas com o contexto social, comprometidas com valores e sendo parte do debate por um mundo diferente.

Fernando Moraes

Especial para a Acesso Livre Comunicação

 

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